Terapia não medicamentosa e medicamentosa na Anemia Falciforme




Crislena Brasil Lacerda
Acadêmica do 3° ano de medicina da UESC
Evento: Capacitação do NEOOP sobre Doença Falciforme

Preparar a apresentação sobre Terapia não medicamentosa e medicamentosa na Doença Falciforme foi uma ótima experiência para mim, pois, além de melhorar minhas habilidades de ensino, me fez perceber que o acompanhamento constante destes pacientes pode contribuir tanto na melhoria da sua sobrevida, como na redução de complicações associadas a esta doença.
A doença falciforme é uma doença genética, hereditária que pode cursar com diversas manifestações como crises de seqüestro esplênico (retenção de células sanguíneas no baço, aumentando seu volume, causando perda da sua função), crises álgicas (dolorosas), síndrome torácica aguda, AVCs (acidentes vasculares cerebrais), priapismo (ereção persistente e dolorosa, que pode levar à impotência, se não tratada precocemente), etc.
Dentre as medidas não farmacológicas em relação a estes pacientes, é de fundamental importância, estimulá-los à prática do auto-cuidado. A orientação para a prática de exercícios sempre associada à hidratação visa prevenir crises vaso-oclusivas, o uso de roupas adequadas à temperatura pode evitar o desencadeamento de crises álgicas, e a higiene oral adequada é essencial, já que as infecções são bastante freqüentes nestes pacientes.

O tratamento ambulatorial tem como objetivo reduzir o número de complicações associadas à doença falciforme. Como as crises dolorosas são bastante comuns, analgésicos e antiinflamatórios são prescritos, para serem utilizados, quando houver necessidade. O uso profilático de penicilina é de grande importância no intuito de evitar infecções, principalmente por germes encapsulados. A suplementação de ácido fólico, elemento fundamental para a produção de novas células, também deve ser feita nestes pacientes, devido à destruição constante de hemácias falcizadas (em forma de foice).
Pacientes que são submetidos a transfusões constantes devem fazer uso de quelantes de ferro, como deferasirox, pois estes reduzem a sobrecarga de ferro, que tem efeitos deletérios ao organismo. Muitos pacientes com níveis baixos de hemoglobina fetal evoluem com maior número de complicações, sendo necessário aumentar os seus níveis, com o uso de hidroxiuréia. Medidas acima descritas, além de fazer com que os pacientes conheçam sobre a sua doença, evitam também repercussões, muitas vezes incapacitantes, como o AVC.

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